Por Luiz Carlos Maranhão
Editor Executivo da Revista Versus
João Roberto Ripper documenta a tragicidade de trabalhadores no Brasil profundo. Mas o trágico de suas fotos, ele diz, não exclui a dignidade e a beleza. A que ilustra a VERSUS Imagem só confirma a reflexão do professor Ricardo Antunes, entrevistado por VERSUS, na Unicamp. As formas de organização da vida humana, segundo Antunes, acabaram de um modo quase que constante, conferindo ao trabalho uma dimensão de servidão, de sofrimento, de sujeição. O professor cita o trabalho escravo, na escravidão greco-romana; o trabalho medieval do servo de gleba; a escravidão colonial dos negros no Brasil ou a escravidão também dos indígenas na América de origem hispânica. E, por fim, “o trabalho assalariado, que tem a aparência da formalidade e da igualdade, mas na qual a substância é a da desigualdade estrutural”.
Por Francisco Valdean
A ideia de que o “trabalho era um castigo” ecoou em certa época pelo mundo, mas diante da “necessidade” de manutenção e rumo a um sistema parasitário e sem escrúpulo necessariamente foi preciso transformar a ideia negativa atribuída ao o trabalho. A ideia perde força e se transformou em positivo o fato de trabalhar, agora trabalhar é essencial e gerador de “dignidade”. O trabalho ou as condições de trabalho degrada, mas não aniquila por completo a dignidade. Registrar uma atividade degradante, criticá-la e ainda revelar belezas é para poucos.
Fonte Revista Versus
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