21 de agosto de 2010

Saúde e a “coisa pública”


Foto: Francisco Valdean
Fila no posto Píndaro de Carvalho Rodrigues na Gávea.

Outro dia precisei de uma consulta médica, pensei em ir a um hospital, mas fui desencorajado ao ser informado que no hospital não seria atendido.  A pré-consulta agora é feita nos postos de saúde e dependendo do caso o usuário é encaminhado a um hospital.

Seguindo a orientação fui ao posto comunitário, neste fui atendido num tempo médio de 4 horas. No posto em questão não tinha a especialidade que precisava, então fui encaminhado a outro posto. Com o encaminhamento em mãos segui. Ao chegar no posto onde tinha a especialidade fui informado que o encaminhamento que tinha em mãos não valia nada. Então o jeito foi fazer todo o procedimento pela segunda vez.

Assim fiz e fui atendido num tempo médio de (4/5) horas. Recebi outro encaminhamento, agora o encaminhamento era para o Hospital onde pensei ir pela primeira vez. No hospital apresentei o encaminhamento e então a consulta foi marcada. Daqui um mês volto ao hospital. Espero não ser encaminhado para nenhum outro lugar.

Resumindo
Um atendimento no sistema público de saúde, dependendo da especialidade, o usuário leva em média de 8 a 10 horas dividido em 2 dias e mais 20 ou 30 dias para conseguir ser de fato atendido. O problema, além do serviço prestado, é que um trabalhador que cumpre 8 horas diárias de trabalho não dispõe de tanto tempo assim e provavelmente só vai ao médico se o caso for muito grave. Fica difícil fazer prevenção num cenário assim.

A ideia de um primeiro atendimento nos postos é boa, desafoga os hospitais que passam a receber os casos de emergência. O problema é que a coisa só se burocratizou mais ainda. A sensação é de que não existe qualquer integração do serviço. Penso que nem precisava de encaminhamento para outro posto, o médico podia apenas ter me dito a onde ir, e podia até ter me encaminhado direto ao hospital. O diagnostico contido em ambos os encaminhamentos são parecidos, mesmo sendo um especialista na área e o outro não.  

Os problemas são muitos, nas filas dos postos sobram reclamações dos usuários com o serviço prestado. Ano passado realizei um registro fotográfico em diversos postos de saúde do Rio e ao realizar as imagens muitas pessoas me procuravam pra fazer reclamações do serviço.
 

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