Os assuntos que nos cerca, às vezes nos toma de uma forma que se torna impossível não opinar sobre eles. Independentemente da proporção histórica dos fatos, queria registrar uma opinião sobre dois dos acontecimentos políticos recentes.
Não é este texto uma análise, pelo menos não era essa a intenção quando comecei escrever, tinha intenção de ser um texto engraçado, mas segue o que consegui escrever.
Que fique claro: guardado as proporções entre os dois fatos, se colocados em oposição me parece ter alguma semelhança, por mais que isso pareça contraditório. Resumindo: é este texto uma opinião pessoal a cerca de dois políticos, um lá no Egito e outro aqui do Brasil.
Os caras, em minha opinião, são verdadeiras “Múmias da Política”. A múmia egípcia é Mubarak e a múmia brasileira é Sarney. A múmia egípcia ocupa o posto de múmia-política há trinta anos. A múmia brasileira ocupa o posto de múmia-política há pelo menos meio século, se não é isso tudo, a sensação é de que seja até mais que isso.
O povo egípcio tem oportunidade única de mumificar de vez sua adorável múmia e seguirem rumo à democracia, mas não é qualquer democracia, é um modelo de democracia que permite a múmia-política Sarney navegar calmo e “tranquilão”. Pelo menos é essa a fé que se prega. Acho que não é demais dizer que Mubarak é uma múmia alimentada por um modelo democrático que só consegue olhar para o povo egípcio com interesses egoístas. E é exatamente este o modelo que se espera que o povo egípcio implante por lá. O povo egípcio deve rumar na direção da democracia, esta é por lá uma necessidade, mas não isenta de ser questionada. Voltemos para o Brasil. E nós que “respiramos o delicioso” ar político que exala do nosso modelo democrático, o que podemos fazer em relação as nossas múmias-políticas? Que usam e abusam das regras democráticas nas nossas barbas e quase nada pode ser feito?
Lá no Egito, os fatos em andamento, podem colocar a múmia Mubarak no seu merecido lugar, no aconchego quentinho do sarcófago, morada eterna de múmia. No Brasil, com 70 votos, a nossa múmia querida e venerada, volta a Presidênciado do Senado pela quarta vez, isso pra não lembrar dos demais cargos que já ocupou.
No Egito há varias múmias-políticas que remendos chamados de mudanças não consegue neutralizar nem metade delas, pior do que elas, só os seus espectros que facilmente se reorganizarão? Salvo as proporções históricas, olhem para nossa história política de remendos e reorganização de forças.
A indignação do povo egípcio com sua múmia-política talvez devesse estender-se ao modelo já prontinho vendido a eles. Na verdade, esse é um fato que devia ser questionado por todos os povos submetidos a regimes de governos em que o “povão” é catalogado como meras “minorias”. Radicalizando: a imensa maioria dos exemplares disponíveis na história da política.
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