Outro dia no ponto de ônibus
presenciei uma cena típica da vida de quem mora na rua, ou vive de perto as
mazelas sociais de numa cidade como o Rio de Janeiro.
A cena era a de um jovem negro que
se dirigia as pessoas para pedir centavos de real. O rapaz iniciava a abordagem
com a frase: “Senhor (a) eu só vou perguntar, não sou ladrão” e então prosseguia
a abordagem, com todo cuidado para não ser confundido com alguém com intenções
outras que não pedir moedas. O cuidado era tanto que o rapaz seguia a abordagem
repetindo um minucioso ritual, e o repetia para todos que ele conseguia abordar.
O ritual era composto, inicialmente, de levantar as mãos, levantar a blusa,
girar o corpo em 360 graus de forma que a pessoa abordada pudesse ver que ele
realmente não estava com nenhuma arma escondida.
É na simbologia de um fragmento
desses que podemos pensar na brutalidade da sociedade que temos.
0 comentários:
Postar um comentário