11 de setembro de 2011

“Senhor eu só vou perguntar, não sou ladrão”

Outro dia no ponto de ônibus presenciei uma cena típica da vida de quem mora na rua, ou vive de perto as mazelas sociais de numa cidade como o Rio de Janeiro.


A cena era a de um jovem negro que se dirigia as pessoas para pedir centavos de real. O rapaz iniciava a abordagem com a frase: “Senhor (a) eu só vou perguntar, não sou ladrão” e então prosseguia a abordagem, com todo cuidado para não ser confundido com alguém com intenções outras que não pedir moedas. O cuidado era tanto que o rapaz seguia a abordagem repetindo um minucioso ritual, e o repetia para todos que ele conseguia abordar. O ritual era composto, inicialmente, de levantar as mãos, levantar a blusa, girar o corpo em 360 graus de forma que a pessoa abordada pudesse ver que ele realmente não estava com nenhuma arma escondida.

É na simbologia de um fragmento desses que podemos pensar na brutalidade da sociedade que temos.


 

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