Foto: Francisco Cesar - Cracolândia da Avenida Brasil. |
Uma tragédia
anunciada. Essa é a forma como a maioria dos noticiários e especialistas
interpretou a morte de uma criança de dez anos, atropelada quando fugia dos
agentes público em mais uma operação de repressão aos usuários de crack que
vem ocupando as margens da Avenida Brasil na altura da passarela 10 e da
entrada para a Ilha do Governador.
Independente das críticas recorrentes ao caráter compulsório e indiscriminado dessas internações e do uso da força nessas operações devido à inadequação e pouca efetividade na resolução do problema, esse acontecimento evidencia uma maneira equivocada, contraproducente e atabalhoada de lidar com o problema.
Torna claro ainda a necessidade e urgência de ampliarmos o debate e repensarmos as ações em curso, a fim de restabelecer a função primordial dessas intervenções que deveriam salvar vidas e não expô-las ao risco iminente da morte.
Além disso, traz à tona uma reflexão acerca das razões que os mesmos usuários se revestem para reagir tão desesperadamente ao recolhimento compulsório, demonstrando um desespero que não condiz com uma simples resistência ao tratamento imposta por sua drogadicção.
Há que se explorar e tornar transparente a forma como esses cidadãos são tratados pelos agentes públicos nessas operações, quais são os procedimentos terapêuticos efetuados, as condições físicas, o modo de abordagem e funcionamento desenvolvidos nas instituições voltadas para esse tratamento.
A reação irracional dos indivíduos que padecem dessa forma devastadora de dependência e se expõem a uma condição de vida degradante é, em certa medida, esperada. Ou deveria ser, uma vez que as cenas de fuga foram amplamente divulgadas por todos os meios de comunicação.
É compreensível, até certo ponto, que os usuários e dependentes se comportem dessa maneira irracional e atabalhoada. Já o poder público, definitivamente, não.
Independente das críticas recorrentes ao caráter compulsório e indiscriminado dessas internações e do uso da força nessas operações devido à inadequação e pouca efetividade na resolução do problema, esse acontecimento evidencia uma maneira equivocada, contraproducente e atabalhoada de lidar com o problema.
Torna claro ainda a necessidade e urgência de ampliarmos o debate e repensarmos as ações em curso, a fim de restabelecer a função primordial dessas intervenções que deveriam salvar vidas e não expô-las ao risco iminente da morte.
Além disso, traz à tona uma reflexão acerca das razões que os mesmos usuários se revestem para reagir tão desesperadamente ao recolhimento compulsório, demonstrando um desespero que não condiz com uma simples resistência ao tratamento imposta por sua drogadicção.
Há que se explorar e tornar transparente a forma como esses cidadãos são tratados pelos agentes públicos nessas operações, quais são os procedimentos terapêuticos efetuados, as condições físicas, o modo de abordagem e funcionamento desenvolvidos nas instituições voltadas para esse tratamento.
A reação irracional dos indivíduos que padecem dessa forma devastadora de dependência e se expõem a uma condição de vida degradante é, em certa medida, esperada. Ou deveria ser, uma vez que as cenas de fuga foram amplamente divulgadas por todos os meios de comunicação.
É compreensível, até certo ponto, que os usuários e dependentes se comportem dessa maneira irracional e atabalhoada. Já o poder público, definitivamente, não.
* Rodrigo Bodão é poeta e doutorando em psicologia pela UFRJ.
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