Opinião
O Cotidiano: Na atualidade na cidade do Rio de Janeiro temos um quadro dramático em relação às remoções de moradores de favelas. Temos notícias de remoções em varias regiões da cidade: Providência, Vila Autódromo, Pavão-Pavãozinho, Manguinhos e Santa Marta. O que você acha a respeito deste assunto?
Wagner Maia*
As favelas cariocas, compostas por diversidades, não só em valores de extensão territorial, mais com suas dimensões culturais, vem cada vez mais demonstrando ao restante da cidade e impondo a essa mesma uma participação mais efetiva. Assim, a favela e restante da cidade, embora vividos na “cidade partida”, a primeira sempre fora estigmatizada para a permanência e sustentação do status quo, da segunda. A cidade cada vez mais legitimadora das desigualdades sociais.
Surge assim, no
século XXI, o que diversos governantes principalmente do século XX, tentaram
implantar na cidade carioca. Uma cidade higienizada, distante dos indesejáveis.
Esses últimos, quase como sempre moradores de favelas e periferias. Desde de
Pereira Passos, passando por Carlos Lacerda, historicamente acusados de tentar
higienizar a cidade. Mas esbarravam numa população e agentes individuais que
lutavam pela permanecia e socialização dos “indesejados” dentro da cidade e não
à margem desta.
Entretanto, eis
que surge um projeto de cidade, voltado para os grandes eventos, tais como
(Rio+20, Copa do Mundo, Olimpíadas, etc). Eventos que colocam a cidade no mapa
mundial e que dão todas as cartas aos governantes brasileiros, há usarem de
todos os métodos, no intuito de implantarem a “cidade perfeita”. Assim, é
essencial que algumas favelas sejam removidas e seus moradores, mandados para
lugares distantes das áreas privilegiadas da cidade, especificamente (Zona Sul,
Parte do Centro da Cidade e Zona Oeste).
Assim, favelas
como: Providência, Vila Autódromo, Pavão-Pavãozinho, Manguinhos e Santa Marta,
entre outras viraram experiências de Remoção. Tornando a Cidade, o que venho
chamando de (Cidade das Remoções). Não respeitando, o cultural, a socialização
e o direito de ser dono do seu lar. A cidade se torna mais que partida, está presa
na lógica da segregação, e pior, com legitimação de boa parte da sociedade.
Nossa luta deve ser diária e permanente afim de conseguirmos frear essas
remoções que acontecem em ordem aritmética, numa cidade historicamente partida.
2 comentários:
Muito bom o texto Val, é isso estamos aí para somar nesse trabalho lento e árduo sobre as questões referentes a cidade. Principalmente a da Metrópole Rio de Janeiro.
Muito bom os textos Valdean, é isso nosso trabalho é para tentar frear essas remoções que ocorrem em processo acelerado.
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