22 de novembro de 2013

Na pior na Avenida Brasil

Rio – Na quinta feira, naquele calorão infernal que fazia no Rio, ao passar pela Avenida Brasil tive vontade de me refrescar com um delicioso açaí. Comprei um copo por 3 reais numa barraquinha na altura da rua Teixeira Ribeiro, sai em direção a passarela 8 me refrescando com aquela delicia, um rapaz me aborda e me pede o açaí, minha reação “cara o copo todo não te dou não, mas divido um pouco contigo”. O rapaz em questão era um dos muitos usuários de crack que perambulam entre as passarelas 8 e 9. Ele me pediu para esperar enquanto conseguiria um copo, respondi que não o esperaria, estava muito sol e fazia um calor do caralho! A solução foi ele ir andando comigo até conseguir um copo, e foi o que fizemos, seguimos andando pela Avenida Brasil, andamos por alguns minutos, ele me perguntou o meu destino, respondi que iria até a próxima passarela. Ele me contou que tinha chegado atrasado para o almoço no restaurante popular (restaurante que vende comida a 1 real na passarela 9). E por isso estava com muita fome. Eu disse a ele que o restaurante fecha cedo, ele me disse que sabia. Perguntei se ele era usuário de crack ele me disse que sim. Ele também me disse que não ficava na cacrolândia da Avenida Brasil, ficava na Central do Brasil. Enquanto andávamos e batíamos aquele papo vazio e distante ele avistou um copo de guaravita no lixo, se dirigiu até o copo. Retirou a sujeira, tive vontade de dizer a ele que não era seguro para a saúde dele o uso daquele copo, mas me toquei de que não seria a primeira nem a última vez que ele faria aquilo. O rapaz devia ter uns 25 anos, usava um boné que já havia perdido a cor, não usava camisa, estava muito sujo e muito magro. Coloquei um pouco de açaí no copo que ele apanhou no lixo. Segui meu caminho e ele o dele, em direção a cracolândia.



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