2 de julho de 2011

O Efeito SMH

Foto e texto Léo Lima


 
Vai ser rápido!

O que não quer dizer que não será doloroso. Doloroso é tudo aquilo que causa dor física ou moral. E se tratando de HABITAÇÃO na 1ª favela do Rio de Janeiro a dor vem se tornando banal.

Quase que no geral, quando temos um pesadelo, agente fala que teve um SONHO. O que geralmente são imagens descontroladas ou confusas, que se formam no espírito da gente e que nem sempre se realizam. É foda, quando esse sonho não é nosso. E os outros querem porque querem realizá-los pela gente.
Fala-se muito de VIDA. Será que ela é somente o espaço de tempo em que definimos a partir do nascimento e da morte?

Mas que sorte!

E a CASA? Tenha PACIÊNCIA... Senador Camará, Cosmos ou Santa Cruz?
Muito longe, tão tão distante dos que amam, longe das raízes, dos sons, dos cheiros em que cresceram. Longe da partida, longe dos amigos e mais perto das cinzas.

Papo de HABITAÇÃO, REVITALIZAÇÃO sem noção... sem discussão! É tudo estratégia para ricos e bacaninhas sem o menor problema de gastar, para terem do bom e do melhor. Visão privilegiada na boca do lobo dos mirantes dos Templo do alto do Morro da Prov...

Quanta inveja da ironia gente! Nem isso eles respeitam, nem a ela eles perguntam. Afinal, quem não queria passar todo o fim de tarde, esperando a noite cair, deitado numa rede ou soltando pipa... Do Ronaldinho Gaúcho, por que não?

Quem se enjoaria de sair na porta de casa só para ver bem de pertinho, a primeira estrela aparecer? O vento no rosto bater, bater e bater. Quem não queria? Quem abdicaria dessa “LIBERDADE, desse SONHO?”

Os não ricos e não bacaninhas moradores nos quais possuem suas casas marcadas com as siglas SMH, gostariam de continuar tendo esses privilégios.

Afinal, nunca ouvi ninguém dizer que realizou um dia, o seu maior pesadelo.
- Acorda! Tá na hora de sair daí!

- Morador: HOJE?
- Sim Maluco! Hoje.
 

 

1 de julho de 2011

Série - Rascunhos e Pixações

RASCUNHOS E PIXAÇÕES

Foto: Francisco Valdean
Imagem captada com celular 
(câmera 3.0)

  
Entenda

Sobre a participação no CIEP Gustavo Capanema




Sobre a participação de ontem no CIEP Gustavo Capanema, em que eu e a camarada Gizele Martins fomos convidados a falar para jovens e adultos Mareenses estudantes do PEJA.
Foi muito bom compartilhar a minha trajetória escolar e os processos em que participo, principalmente na área da fotografia, e foi muito bom também ouvir algumas histórias de alguns camaradas nordestinos, foi legal, ter a oportunidade de falar de vários assuntos, como migração de áreas rurais para áreas urbanas. Os muitos alunos são em sua maioria oriundos de cidades nordestinas.
O CIEP Gustavo Capanema fica na comunidade Vila dos Pinheiros, Maré.
Boa caminhada escolar para todos.

 

29 de junho de 2011

Na Maré, exibição do filme “5X Favela, Agora por Nós Mesmos” e temporada de “Ô, Lili”

Dia 01 de julho, às 18h, na Lona Cultura Hebert Vianna será exibido o filme “5X Favela, Agora por Nós Mesmos”. Após a sessão haverá um debate com os diretores fo filme e para finalizar um show com a banda “Passarela 10”.

Para quem ainda não assistiu a peça “Ô, Lili”, da Cia Marginal, o Centro de Artes da Maré receberá nos dias 02, 03, 09 e 10 de julho, às 19h, o espetáculo. O roteiro aborda o mundo dos presídios cariocas e a tão esperada liberdade. A entrada para os dois evento é gratuita.

 Fonte: Viva Favela via correspondente Viviane Oliveira

28 de junho de 2011

Festa junina na Maré

FESTA JUNINA



Rua Oliveira, Baixa do Sapateiro, Maré, 2007.



27 de junho de 2011

Impressões sobre o espetáculo “Ö, Lili” da Cia Marginal


Sobre uma envelhecida lona de caminhão e sob luzes cenográficas circulava poeira e fumaça. O cenário anunciava o tom da apresentação dos personagens anônimos confinados nos presídios cariocas, representados na peça “O, Lili” da Cia Marginal. Este foi o cenário inicial que vi no dia (1/6/2011), último dia de apresentação da temporada no Teatro Maria Clara Machado (Planetário da Gávea), Rio de Janeiro.

A peça começa com detentas de um presídio feminino em um desfile, mas do que desfilarem as detentas  exibem sonhos e desejos que os muros não consegue controlar.  Particularmente acho que os assuntos tratados no espetáculo não são para rir, mas de uma forma madura cenas “desumanas” se transformam em momentos “humanizados” e o resultado é conferido nas risadas do público.

Um “novato” chega ao presídio e logo se depara com as regras de convivência criadas e mantidas nas dependências da prisão. Privados da liberdade, os detentos entram num estado psíquico oscilante: momentos de alegria, num estalar de dedos se transformam em momentos de fúria e desespero.

As cartas trazem para os presos as novidades de fora dos portões, mas trazem para a reflexão o analfabetismo dos presos. É através da carta que o espectador conhece a rotina de troca praticada pelos presos. A carta pode também trazer a notícia do nascimento do filho, notícia que alimenta o desejo de deixar as grades rumo a desejada “lili”.

As “revistas” são esperadas a qualquer momento e funcionam como um termômetro que mede e regula a tensão provocada pelo confinamento e pela pasmaceira própria de um espaço de privação do ir e vir.

No espetáculo o presídio é um espaço costurado pela fúria, pela paranóia, pela “tramação” e por um profundo desejo de liberdade. É um cotidiano cortado por explosões de alegria, profunda tristeza e conflitos.

Toda esta rotina é narrada na obra de forma engraçado, mas com doses exatas de reflexão.  Resumindo: em fragmentos assuntos da vida cotidiana de dentro e de fora dos muros são encenados pelos atores e atrizes: Diogo Vitor, Jaqueline Andrade, Geandra Nobre, Priscilla Monteiro, Rodrigo Souza e Wallace Lino.

Gostei do que vi.