9 de novembro de 2011

Qual é o complexo das favelas cariocas?



Por Francisco Valdean

“Jamais ouvi alguém dizer que morava no complexo de Acari. Até porque o termo “complexo”, hoje amplamente utilizado para designar grupos de favelas (“Complexo da Mangueira”), “Complexo da Maré”, “Complexo do Jacarezinho” etc), é originário do vocabulário penal: “Complexo Penitenciaria Frei Caneca”, por exemplo, engloba diferentes instituições penais como a Penitenciaria  Milton Dias Moreira, a Lemos Brito e o  Hospital Penitenciário”.

Trecho do livro “As cores de Acari: uma favela Carioca”
Marcos Alvito


Quando se fala de Rio de Janeiro e o assunto é favela, é comum referir-se aos Conjuntos de Favelas com o medonho termo “Complexo”. “Complexo do Alemão”, “Complexo da Maré”, “Complexo do Caju”, “Complexo de Manguinhos”. E outras dezenas de “complexos” existentes na cidade.

A definição tornou-se comum a ponto de ser usado amplamente pela imprensa, pelas instituições públicas, e estranhamente é utilizado por grupos com atividades voltadas para as favelas.

Antes de continuar quero dizer que não pretendo aqui analisar o termo, a pretensão aqui se resume a uma abordagem superficial do termo “complexo” associado aos conjuntos de favelas cariocas.

Numa consulta rápida de um dicionário é possível ler algumas definições relativas ao termo complexo em seu sentido universal.

1.     “Que abrange ou encerra muitos elementos ou partes”.
2.     “Observável sob diferentes aspectos”.
3.     “Composto por elementos de natureza distintas”.

E uma quarta definição, esta me parece conter o sentido usual do termo “complexo” em referência as favelas cariocas. A definição em questão atribui aos espaços (que se convencionou chamar de favela) a terrível imagem do lugar “confuso”, do lugar que habita um ator social “complicado” e suas respectivas “complicações”.

A primeira vista e com base na vivencia talvez seja possível dizer que o termo gera em algum nível implicações para a “navegação social” dos moradores de favelas na cidade?

Mas deixemos isso para  outro momento, num momento apropriado elaboro uma argumentação sobre o termo “complexo” e sobre os pontos que possivelmente acho que geram implicações para quem mora nas favelas do Rio de Janeiro.


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8 de novembro de 2011

Pescadores é a próxima exposição fotográfica da Galeria 535


 
A exposição fotográfica Pescadores de Elisângela Leite apresenta um belíssimo registro fotográfico dos pescadores da Maré, uma atividade que resiste ao tempo e a degradação da Baía de Guanabara.


Sobre a autora e a inspiração do ensaio

Elis, paraibana da cidade de Patos (mas se considera pernambucana de Tabira) e moradora da Maré há mais de 11 anos, iniciou sua aproximação com os pescadores pela da vontade de produzir uma documentação fotográfica para o trabalho de conclusão de curso da Escola de Fotógrafos Populares. A partir daí, a fotografia tornou-se muito mais do que um simples instrumento de registro e denúncia para seu projeto, mas foi utilizada também como promovedora de encontros: da fotógrafa com os fotografados, dos pescadores com suas histórias, suas lutas, seus desejos, da técnica com o coração.

As imagens que compõem a mostra “Pescadores”, primeira mostra individual do trabalho de Elisângela Leite,  retratam o cotidiano de algumas colônias pesqueiras do Conjunto de Favelas da Maré e o esforço diário para trazer junto às redes daqueles homens e mulheres, os peixes e crustáceos cada vez mais escassos da Baía de Guanabara.


Serviço


Exposição Pescadores – fotografias de Elisângela Leite


Abertura: dia 11/11/11, às 18h


Visitação: de 14/11 a 02/12/2011


Horário: de segunda a sexta, de 9 às 18h


Galeria 535


Endereço: Rua Teixeira Ribeiro, 535, Parque Maré, Maré, RJ.


Fonte: Imagens do Povo 



 
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